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Por, Mônica Comenale.

Libido e a Psicanálise

         O  termo "libido" foi atribuído aos primeiros trabalhos de Freud em1894 para descrever a energia criada pela sobrevivência e pelos instintos sexuais. A partir de 1905, a sexualidade foi entendida como um modelo de pulsão, na época inúmeros especialistas queria reconstruir as etapas e a história do desenvolvimento da libido, neste período Freud começou a colocar a libido no centro de seus esforços de pesquisa.

         Para Freud, a libido representa toda a energia psíquica e não apenas a energia sexual,  ele  afirmou que a libido, está presente no Id, Ego e Superego. Explicou, que: o Id é a única parte da personalidade que está presente desde o nascimento, que se apresenta como um reservatório de energia inconsciente que busca o prazer e exige satisfação imediata dos desejos, controlado pelo,  o que chamou "princípio do prazer". O Ego contém a energia da libido do id e se encarrega de conseguir o prazer, sempre  considerando a realidade ao seu redor, bem como as normas e regras que prevalecem.  O Superego é semelhante ao Ego, porém sua maior característica é à importância que atribui a moralidade, através do que internalizou com as normas e valores, que constam e prevalecem na sociedade, sendo aprendidos, através dos relacionamentos com outras pessoas.

         Freud, em sua teoria da sexualidade infantil, descreveu a maturação da libido, através das seguintes fases:

Fase oral: inicia com o nascimento até um ano. Nesta época o prazer e o desejo estão focados na boca. A satisfação é colocar todo tipo de coisa na boca para satisfazer a libido, através da ingestão de alimentos, da sucção da chupeta, da mamadeira, dos dedos, do seio materno. Todos esses elementos, são tidos como objetos de prazer. Freud disse, que a estimulação oral pode levar a uma fixação oral, mais tarde na vida. Muitas personalidades orais, estão ao nosso redor, como: fumantes, roedores de unhas e chupadores de polegar. As personalidades orais, manifestam comportamentos orais, principalmente quando estão sob estresse.

Fase anal: A partir dos dezoito meses até os três anos. Neste período o foco situa-se no controle da região do ânus, está  diretamente ligado as fezes, em que a criança sente grande prazer em defecar. Nesta etapa, ela está plenamente consciente que é uma pessoa e que seus desejos podem colocá-la em conflito, com o mundo exterior, isso porque seu ego se desenvolveu. Surge os primeiros interesses voltados a higiene, brincar de modelar massas, argilas, barro, tintas e sujar se torna o seu prazer.

Fase fálica: entre os três e cinco anos. Nesta época, o prazer está voltado para a área genital, quando as crianças começam a prestar mais atenção e a descobrir as diferenças entre meninas e  meninos. A sensibilidade agora se concentra nos órgãos genitais e na masturbação, (em ambos os sexos) e se torna uma fonte de prazer. A criança toma consciência das diferenças anatômicas sexuais, que desencadeiam o conflito, entre atração erótica, ressentimento, rivalidade, ciúme e medo.

Fase de latência: ocorre no meio da infância, entre os seis e os dez anos. Neste período a libido não é prioridade e esta adormecida,  porque para criança nesta fase, a atenção é maior na sua socialização, e ao que interage ao seu redor. Freud disse, que a maioria dos impulsos sexuais são reprimidos durante o estágio latente, e a energia sexual pode ser sublimada em relação ao trabalho escolar, hobbies e amizades.

Fase genital: começa na adolescência até a idade adulta, quando o prazer e o desejo estão voltados para os órgãos genitais e em algumas outras áreas erógenas do corpo. O instinto sexual é direcionado ao prazer heterossexual, e não ao prazer próprio, como no estágio fálico. Para Freud, a saída adequada do instinto sexual em adultos é por relações heterossexuais.

      As fases psicossexuais estão associadas a um conflito específico que deveria ser resolvido, antes que  passasse para próxima fase. A resolução de cada um desses conflitos demanda certo gasto de energia sexual e quanto mais a energia é gasta durante uma fase específica, mais características importantes dessa fase permanecerá com o indivíduo, à medida que ele amadurece psicologicamente.

        Freud explicou esse processo, fazendo uma analogia com as tropas militares: À medida que as tropas avançam, elas são enfrentadas por oposição ou conflito. Se as tropas tiverem grande sucesso em vencer a batalha (resolver o conflito), a maioria das tropas (libido) poderá passar para a próxima batalha (estágio). Portanto, quanto maior for a necessidade das tropas permanecerem para trás para lutar, menos conseguirão prosseguir para o próximo confronto.

         Entretanto, algumas pessoas não conseguem sair de uma fase e prosseguir para a posterior, uma razão para isso ocorrer pode ser as necessidades da pessoa durante seu  desenvolvimento que não foram adequadamente atendidas. Porém, as necessidades da pessoa pode ter sido bem satisfeitas, mas ela reluta em deixar os benefícios psicológicos desta  fase, em que houve excesso de indulgência. Assim, tanto a frustração quanto o excesso de indulgência, ou a combinação de ambos, podem  ocasionar  uma "fixação" que é uma fase psicossexual, em que a libido foi permanentemente "investida" em um estágio do seu desenvolvimento.

       A libido, segundo Freud, não está apenas relacionada com a sexualidade, mas também com outras áreas que estão presentes na vida, como em muitas atividades culturais, caracterizadas pela sublimação da energia libidinosa.

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