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Por, Mônica Comenale.

Fobia

 

         Fobia é definido como um medo irracional, diante de uma situação específica que venha desencadear estímulos fóbicos, que provoca ansiedade, ocorrendo um temor avassalador e irracional, podendo evoluir para um ataque de pânico. Uma fobia poderá causar reações físicas e psicológicas, e vir a se tornar patológica quando um significativo sofrimento, ocasionar para alguém, a deterioração em sua qualidade de vida.

         Na teoria psicanalítica, as fobias se baseiam na repressão e deslocamento,  o produto de conflitos não resolvidos entre o id e o superego. Acredita-se, que o conflito que originou a fobia, possui sua raiz na infância, reprimido ou deslocado para o "objeto temido", que não é a fonte original da ansiedade. A fobia não provém do "objeto fóbico" em si, mas do que esse objeto desperta na mente do indivíduo que sofre da fobia.

     As fobias são um mecanismo eficaz, em que o aparelho psíquico encontra uma via para se livrar da ansiedade, da seguinte forma: ao invés da pessoa sentir dentro dela que a ansiedade e o perigo estão nela, a fobia permite que a pessoa localize a fonte de sua "ansiedade externa" através da situação onde ela passará a evitar.

        Por exemplo: se alguém sente medo da sua própria raiva ou agressividade, poderá  desenvolver uma fobia com relação a gatos ou cães, em que ela venha atribuir a esses animais, a sua ideia de agressividade. Assim, essa pessoa passará a evitar esses animais, com a intenção de ficar livre da ansiedade. Portanto, "o medo que essa pessoa tem de si mesma, diante da sua raiva e agressividade, se tornou o medo de outra coisa, localizada externamente, e poderá ser evitada". Pelo fato das fobias permitir que as pessoas localizem a fonte do perigo do lado de fora, faz com  que elas possam conviver com suas fobias, visto que aprendem a  evitar o objeto fóbico para conter a ansiedade.

         O desenvolvimento de uma fobia é o sintoma da criação de um alto nível do funcionamento do desenvolvimento da mente, porque é a representação mental, ou seja, "uma ideia, que alguém possui sobre si mesmo, ou que acredita que os outros possuem de si" que produz muita ansiedade e que não pode ser  tolerada pela consciência. Está ideia que a pessoa possui de si, é reprimida e enviada ao inconsciente, onde o afeto correspondente desta representação, é simbolicamente deslocado para outra representação, gerando o objeto fóbico, que está fora da pessoa, e distante da representação original.

Algumas fobias, simples:

  • Acrofobia - medo de altura;

  • Agorafobia - medo de espaços abertos ou com multidões;

  • Aracnofobia - medo de aranhas;

  • Catastrofobia - medo de catástrofes e aspectos ambientais;

  • Claustrofobia - medo de lugares fechados;

  • Fobia social - medo de pessoas e da exposição;

  • Glossofobia - medo de falar em público;

  • Hematofobia - medo de sangue, injeções e feridas;

  • Monofobia - medo de ficar sozinho;

  • Nictofobia - medo da noite ou do escuro;

  • Tanatofobia - medo da morte;

  • Zoofobia - medo de animais.

 

Algumas fobias, menos comum:

  • Aichmofobia -    medo de agulhas e objetos cortantes;

  • Ailurofobia - medo de gatos;

  • Antropofobia - medo de pessoas;

  • Androfobia - medo de homens;

  • Genofobia - medo de sexo;

  • Ginofobia - medo de mulheres;

  • Homofobia - medo de homossexuais;

  • Aquafobia - medo de água;

  • Apifobia - medo de abelhas;

  • Bufonofobia - medo de sapos;

  • Cinofobia - medo de maxilares;

  • Dentofobia - medo de dentistas;

  • Musofobia - medo de rato;

  • Mysofobia - medo de sujeira e germes;

  • Neofobia - medo de algo novo;

  • Noctifobia - medo da noite;

  • Pirofobia - medo de fogo;

  • Xenofobia - medo de estrangeiros;

  • Zoofobia - medo de animais;

 

         A educação e o ambiente familiar, também desempenham um papel importante no aparecimento das fobias. Embora, ainda não haja evidências de fatores genéticos, um pai fóbico pode transmitir uma certa vulnerabilidade emocional ao filho sem querer,  predispor ao surgimento de fobias. As fobias simples são as mais frequentes, relacionadas a um evento traumático (real ou fantasiado) da infância.

         A "agorafobia", está geralmente relacionada à ocorrência repetida de ataques de pânico. Também pode aparecer muito gradualmente na ausência de distúrbios de pânico. Esse tipo de fobia, diferentemente das fobias simples, tende a piorar com o tempo. Assim, muitos indivíduos que sofrem de agorafobia desenvolvem depressão ou dependência (de drogas, ou álcool) em paralelo.

       Outra fobia simples é a  fobia social, que pode se desenvolver após uma situação vivida ou a observação do comportamento de outras pessoas (por exemplo, a humilhação de alguém por um grupo). Assim,  como agorafobia, a fobia social, também tende a aumentar com o tempo. Quase 60% das pessoas fóbicas desenvolvem depressão. A dependência do álcool também está frequentemente presente nessas pessoas. Outros transtornos de ansiedade podem ser adicionados à fobia.

         O tratamento psicanalítico envolve explorar a organização da personalidade e reorganizá-la de maneira a lidar com os conflitos e defesas profundas. Conforme os princípios da psicanálise, curar a fobia só é possível através da erradicação e resolução do conflito original.

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